domingo, 20 de agosto de 2023

Maresia

 Para sul,

Em direção ao mar azul,

Sol ardente,

Corpo coberto de suor em excedente


Fria a água,

Quente a areia,

Seco até à língua, 

Mergulhar até a maré cheia


O cheiro da maresia,

Com a costa vazia,

Céu estrelado,

Com uma presença ao lado.



quarta-feira, 9 de agosto de 2023

Humanos mecânicos

Lâmpadas iluminam como o sol,

Mantos cobrem como o negrume da noite,

Diferenças são defeituosas

Igualdades são exaltadas em virtude

Mentes fabricadas em série,

Inteligências preguiçosas

Palavras de conforto é mais um cliché,

Património é alimento da presunção,

Punhos brilham de avareza,

Estereótipos sem análise de casos,

Corações ácidos, 

Êxtase cai em agonia,

Ostentação paga em parcelas,

Miséria encerrada num cofre,

Livros ardem em fogo.

Conhecimento em decadência, 

Metas marcadas com a vida do outro,

Ilusionistas com truques de aparência, 

A tristeza confundida por má índole. 

Vidas de humanos mecânicos. 



sexta-feira, 13 de agosto de 2021

Noite solitária

Folhas das árvores
Agitam, 
Ao sabor da brisa
Que te sussurra ao ouvido
Luz pálida do candeeiro
Que pinta o asfalto, 
No vestido da noite
O chirriar da coruja
Que faz-te alvoriçar
Passos cegos, 
Apalpam o manto de negrume
Para casa, para casa
É o único pensamento
É o único destino. 

quinta-feira, 12 de agosto de 2021

Metamorfose

Confiei, 

Em línguas de serpentes, 

Com palavras de harmonia

Camufladas com impostura


Chamei, 

O cobarde de amigo

Com segredos revelados

Até que o abraço feriu-me com espinhos


Elogios ficaram amargos, 

A saudação desprezada, nasceu a ira

As preocupações tornaram-se indiferentes

A complacência poucos o têm reservado


Obrigado por tudo, 

Se algo em mim tornou-vos incómodo

Reflitam nas vossas ações. 

Esta é a minha metamorfose

quarta-feira, 11 de agosto de 2021

Dois mil e vinte e um (2021)

Dois mil e vinte e um,
Os maus acontecimentos, as tragédias,
Que nos daria a lição de humildade.
Horríveis alunos que somos
Conseguimos apenas o diploma de ostentação e avareza

A morte imprevisivelmente,
Vem como um assaltante, 
Rouba vidas seja por doença, seja por feras mecânicas
Nem temos tempo em dizer um adeus!

O manto de ira cobre o mundo
A desconfiança esconde-se por detrás do olhar
A depressão que ocupa a mente
A frieza que pinta o coração
As mágoas que ferem como uma faca.

As poucas palavras,
Que me restam para retratar
O ano dois mil e vinte e um.


terça-feira, 21 de abril de 2020

2020

Ontem era ouro,
Hoje tornou-se barro,
Os casais que eram felizes,
Encontraram caminhos distintos
O povo dirá e se preocupará,
Que sou do norte, que sou do sul,
Enquanto será cobiçado o seu bem material.
Um negrume percorre as cidades
Um rosto vazio, uma alma sem chama,
O povo refugia-se na residência,
Para tentar enfrentar o inimigo sem face
Ricos esbanjam as suas riquezas,
Pobres sacrificam a sua vida.
Portugal, Portugal...
Vejam esta república
Coberto de irresponsabilidade e imoralidade
Será mais importante,
O 25 de Abril...
Hoje liberdade,
Amanhã a peste os prenderá.

domingo, 2 de setembro de 2018

Quadra da humanidade homicida

A humanidade está num caco
Pega numa faca e mata
A morte tornou-se sangrenta,
O coração ficou fraco

João Mendes