Para sul,
Em direção ao mar azul,
Sol ardente,
Corpo coberto de suor em excedente
Fria a água,
Quente a areia,
Seco até à língua,
Mergulhar até a maré cheia
O cheiro da maresia,
Com a costa vazia,
Céu estrelado,
Com uma presença ao lado.
Para sul,
Em direção ao mar azul,
Sol ardente,
Corpo coberto de suor em excedente
Fria a água,
Quente a areia,
Seco até à língua,
Mergulhar até a maré cheia
O cheiro da maresia,
Com a costa vazia,
Céu estrelado,
Com uma presença ao lado.
Lâmpadas iluminam como o sol,
Mantos cobrem como o negrume da noite,
Diferenças são defeituosas
Igualdades são exaltadas em virtude
Mentes fabricadas em série,
Inteligências preguiçosas
Palavras de conforto é mais um cliché,
Património é alimento da presunção,
Punhos brilham de avareza,
Estereótipos sem análise de casos,
Corações ácidos,
Êxtase cai em agonia,
Ostentação paga em parcelas,
Miséria encerrada num cofre,
Livros ardem em fogo.
Conhecimento em decadência,
Metas marcadas com a vida do outro,
Ilusionistas com truques de aparência,
A tristeza confundida por má índole.
Vidas de humanos mecânicos.
Confiei,
Em línguas de serpentes,
Com palavras de harmonia
Camufladas com impostura
Chamei,
O cobarde de amigo
Com segredos revelados
Até que o abraço feriu-me com espinhos
Elogios ficaram amargos,
A saudação desprezada, nasceu a ira
As preocupações tornaram-se indiferentes
A complacência poucos o têm reservado
Obrigado por tudo,
Se algo em mim tornou-vos incómodo
Reflitam nas vossas ações.
Esta é a minha metamorfose