terça-feira, 16 de outubro de 2012

Outono Regressa

Uma pinga,
Cai em vão
Os sonhos são sonhos
A realidade é dura
A chuva cai,
O vento sopra,
Mas não sei de onde vai,
Nem de onde vem,
Assim o Outono regressa,
Assim o meu acordar,
Torna-se tardio e frio

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Perfume da Morte

Um odor à deriva,
Nos deixa a rastejar
Algo fora do normal
É o perfume da morte

Perfume que envenena
Perfume que descontrola
O meu sub consciente tão fraco,
Tão fraco bate o meu coração

Enfeitiçado, esqueço da minha pessoa
Invadido pelo sonífero,
Fecho os olhos lentamente,
Caído pelo relento, eu adormeço

Assim, espírito adormecido,
Renovado as memórias
Dominado pelo sono da morte.

João Mendes

domingo, 14 de outubro de 2012

Razão Que Eu Estou Vivo

Qualquer imagem, qualquer letra,
Tem a sua arte de expressar,
Se não vivo pela arte,
Então foda-se viverei por quem?

Amar Deus, amar familia
A única razão que eu estou vivo
O dia passa, as angústias fortalecem
O meu espírito em decadência

Se ninguém olhar por alguém,
Quem olhará por vós?

João Mendes

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

A ser esquecido

Mal assim me sentei,
Senti como uma formiga
O mal de ser amado,
É não puder amar

O que eu gosto, ninguém sabe
Própria nem ela pensa que eu me odeio
Amores errados, estou farto
Por vezes deveria tentar o suícidio

Tão estúpido, tão ridículo
Estou a ser esquecido a cada dia que passa
Em cada minuto do tempo,
Sinto-me péssimo por não ser útil

Tudo se reencontra,
Ela será feliz com outro
Da minha ausência de amor
Ficarei sozinho até a morte chegar

João Mendes

terça-feira, 9 de outubro de 2012

A voz do vento

No monte sussuro,
As árvores espreitam
O vento arrasta as palavras
O silêncio escuta a conversa

Os predadores perseguem,
O som das presas
Agem misteriosamente, atacam ferozmente
Sem tempo para reagir

Uma lágrima de um sofrimento mudo
Escondido por detrás das aldeias
Uma voz que se ouve do além
Mas algo não se sabe de onde vem

Deitado sobre a moita adormecida
Oiço a voz do vento,
Vejo as estrelas cintilarem sobre o manto negro
A lua assim me ilumina a face

João Mendes