segunda-feira, 6 de março de 2017

A Amargura do Tempo

Aves com as suas asas queimadas,
O tempo ficou amargo
A lua em eclipse com o Sol
Brisas sombrias,
Levam as cinzas do deserto
A morte da humanidade,
A Terra vive irrequieta...
Agulhas pregadas nas unhas dos dedos
A planta nasce e volta a morrer...
Isto é o início da dor ácida.
Isto é o fim da consciência...

João Mendes

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2017

Poeta & Modelo

Poeta,
Tira fotos através de poesia,
Aprecia a beleza das palavras
Conquista o mundo através de um papel

Modelo,
Apaga as palavras através de fotos
Outros apreciam a sua vaga mente
Conquista o mundo através de uma revista

Poeta,
Seus olhos são visionários
Própria mão pega em caneta
Oculta-se do mundo, escrevendo poemas

Modelo,
Seus olhos são belos
Mãos de outrém acariciam o papel
Expõe-se ao mundo, descobrindo o corpo

João Mendes

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2017

Discussões Negras

Discussões 
Frases aguçadas
Ambiente amargo, 
Privação de alegria, 
Ventanias e chuvadas
Bate em portas e janelas, 
Uma noite negra 
De magia negra
De alguém? 
Sim eu direi! 
Cabelos cor do inferno
Palavras não realistas
Porém invertidas, 
Agora direi! 
Que a tua língua, 
Apodreça debaixo da terra!

João Mendes

Tu és, tu serás

Coração de porcelana
Comigo está seguro
Carinha de peluche
Com um toque sedoso
Voz doce e fofa
Encanta os meus ouvidos
Menina inocente
Interior de lutadora e guerreira
Muitas lições aprendi contigo
Boas lições que eu absorvi
Momentos que dormimos um pouco
Desejaria eternidades a hibernar juntos
Tu serás o brilho dos meus olhos
Tu serás o despertar do meu sorriso

João Mendes

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2017

O teu melhor amigo(o teu pior inimigo)

Escassas bondades perante o próximo
Excessivas atenções perante diferentes seres

É o teu melhor amigo
Como será o teu pior inimigo

Persegue-te em saudade
Morde-te com raiva

Reage com carinho,
Reage com agressividade

Não direi que odeio, que até gosto
Porém, humano é humano
Animal é animal
Terão sempre os seus instintos

Dirás que humanos são piores
Não discordo!

Será que és igual?
Será que podes julgar?

João Mendes

Não cometes homicídio, praticas a eutanásia

Legalizar?
Não é liberalismo, é anarquismo
Represálias renascem da impunidade
A loucura vem da idiotia

Se matares alguém
Não cometes homicídio, praticas a eutanásia
Triste lei, onde andas a tua noção
Tirar vidas é mais fácil que curá-las

Fraca líder de esquerda
Isto não é teatro, isto é real
Lança palavras com um odor de veneno
Representa nos debates como uma atriz

Dignidade humana?
Perguntas por ela?
Ela já esta morta,
Pois já é legal cometer assassinatos

João Mendes


Morte da estrela

Cada vez que contas,
As estrelas do céu
Uma fica vermelha e morre
Esgotam-se as energias

Brilho nulo,
Noites em negrume,
Outra estrela morre
Suga os planetas

Buraco negro
Para onde levas?
Outras galáxias?
Outros mundos?

Universo profundo
Sons distantes e sombrios
Vidas para além da Terra
Vidas para além da Via Láctea

João Mendes

Autorretrato

Alto, sim considero
Tom moreno que percorre a pele
Cabelo grande no topo, pequeno pelas laterais
Pés que acompanham a estrutura
Cara triste com a vida, cara alegre nos momentos
Lábios finos como um fio

Antigamente a falta de correspondência amorosa assombrou
Os sentimentos com profundas cicatrizes
Acorrentaram assim o passado
A felicidade trouxe a chave da liberdade
Hoje sim sorrio no amor

Observador enquanto vagueio pelas ruas,
Introspetivo nas questões éticas
Pensador à busca de soluções e limar erros
Lutador pelas minhas loucas ideias
Sentido de humor surge enquanto o Sol brilha

Assim descrevo-me,
Um rapaz de várias emoções
Ajo em fúria pelos meus azares e inimigos
Ajo calmamente quando as águas correm favoravelmente
Ajo em virtude para quem eu amo
Friamente para quem intitulo de desilusão

João Mendes

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2017

Colégio

Espreito à janela,
Escuto os sinos da igreja a tocar
Aguaceiros caem sobre a calçada
Corredor sombrio
Sem um único respiro
Livro sem páginas
Apenas resta o nome do colégio
Chão húmido
Niveas paredes cobertas por um vasto negrume
Vastas aragens gélidas
Ferros aguçados em volta do poço
Apenas direi, observando
O espaço, o tempo,
Este é o poema diário

João Mendes

quarta-feira, 25 de janeiro de 2017

Bom dia

Bom dia que me darás
Os meus olhos sorriem
O coração rico em chama
Suspiro para um dia bom